quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tudo, num abrir e fechar de olhos...





Fecho os olhos


É tão fácil perceber novamente
Suas mãos
Múltiplas
Percorrerem
Desavergonhadamente
Meu senso
Meu pudor
Meu desejo

Sinto o cheiro
De um corpo devasso
Latente
Que me faz aberta
E lassa
Exposta
Entregue
Por inteiro

O sabor na ponta da língua
Do hálito quente
Do sal e suor
Sôfrego
Urgente
Tomando os mil beijos
Úmidos
E íntimos
De uma mulher

Toco o suave toque
Agressivo
Possessivo
Sem nome
Sem freio
Forte
Intenso
E sorrateiro
Desejo

Ouço o ritmo
Do mar
No balançar
Suado vai e vem
No torce retorce
Contorcido
E frenético
Instinto
Pedido
Sentidos

E quando a urgência
Sacia
Desvaria
Olhos no olhos
Alma entregue
Compartilhada
Não dividida
Corpo trêmulo
Fome saciada
Satisfação estampada
E sinto,
Ainda lá
No canto dos lábios
Pelo canto dos olhos vivos
Novamente
O riso
Só então 


Abro os olhos

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